NÃO BRINQUE COM O MEU CORAÇÃO

Por ter um coração muito oferecido, vou me apaixonar por você no momento que meus olhos cruzarem com o seus e, quando isso acontecer, vou escrever sobre você. 

Vou dizer às centenas de milhares de folhas de papel como seu sorriso brilha mais forte sobre o luar, fica mais largo à beira-mar e mostra uma escuridão quando o sol bate diretamente no canino.  

Sou péssima de memória, mas vou lembrar de cada frase que você disse ao pé do ouvido, e vou alinhá-las em forma de palavras na constelação de uma folha em branco. 

Vou prestar atenção no brilho dos seus olhos quando me contar algo que te desperta um interesse genuíno, mas não vou prestar atenção nenhuma ao que sai da sua boca. 

Vou me lembrar da sua música favorita e vou cantá-la no chuveiro imaginando você comigo, mas nunca vou lembrar que o meu murmuro constante te tira do sério. 

Não brinque com o meu coração, porque assim que eu descobrir que não sou boa o suficiente, vou escrever sobre você até o rio que flui em minha mente secar, até a tinta da minha coleção de canetas Bic endurecer e você ficar para sempre preso em blocos de papel com cada detalhe que decorei.

Vou chorar letras quando me arrepender de ter tentando tanto fazê-lo ficar. 

Vou deixar com que minhas artérias entupam por carregar um amor pesado o suficiente para dois corações.

Vou passar madrugadas acordada vendo o relógio girar pensando que não deveria ter contado suas sardas e sim ter sacado os sinais que você me dava. 

E quando tudo acabar, quando minhas costelas pararem de latejar a sua falta, quando as palavras voltarem a correr por minhas artérias livremente, quando meus dedos voltarem a sangrar letras, vou pensar que talvez, um coração como o meu, não foi feito para ser amado, apenas para amar 

em forma de versos.

Com todo o meu amor, 

como sempre,

S. Ganeff 

PS: se você está se perguntando sobre a foto dos ursinhos no começo e o que tem a ver com tudo isso, digo apenas que na camiseta dos ursinhos está escrito “I LOUVRE YOU”. Genial eu sei.