HOSTESS: UM TRABALHO OU UMA VOCAÇÃO DIVINA?

Confesso que no começo da minha ilustre carreira, não fazia ideia do que era uma hostess. Mas como tudo na vida, descobri na marra. Foi uma experiência incrível, inigualável e extremamente narrável, e compartilho com você, meu amado leitor, vocações que faziam parte da minha profissão:

1º Eu tenho uma função:

Se você chegar em um restaurante, há uma chance de 99,9% de haver uma hostess. Acredite, essa pessoa tem uma função. 

A hostess está lá para balancear as pessoas nas sessões, ou seja, apesar de saber que você querer sentar na varanda, na janela ou na cabine, eu não posso sentar todo mundo lá, os garçons não podem ficar sobrecarregados e todos tem que trabalhar. 

Então, por favor, caro leitor, eu vou te sentar em uma mesa boa, mas respire antes, não saía correndo desenfreado para a mesa, as vontades do coração falam mais alto, mas se segure e seja forte, a hostess que vai te sentar. Para que tirar o emprego de outra pessoa?

2º Apesar de hostess, sou humana:

Meu admirável leitor, eu sei que é estranho pensar isso, mas as pessoas que trabalham em restaurante, (em hospitalidade no geral), são humanos.

Parece que eles estão sempre por lá e não tem uma vida aparte, eu sei, mas acredite nós temos sentimentos. Críticas são bem-vindas, mas não grita comigo que eu choro. 

Pode não parecer, mas eu tento o meu melhor. Você feliz é o que me move. Literalmente. Sem o seu sorriso, eu vou para a rua. 

Mas lembre-se, você pode reclamar para mim o quanto quiser sobre a sua carne não estar no ponto certo, mas eu sou hostess, não cozinheira. Inclusive…

3º A hostess é hostess:

Em um restaurante, cada um tem uma função. Ou seja, a hostess recebe as pessoas, o server (garçom) serve, o runner leva a comida na mesa, etc. e tal, não adianta você chegar em mim, uma mera mortal hostess, e pedir a carne X com o acompanhamento Y o molho Z aparte e uma Coca zero. De tudo que você falou, eu só vou conseguir te dar a Coca. Porque é fácil. Não porque é a minha função. 

A única bebida que eu levo até você é a table water. Ou seja, por mais que eu queira, eu não pego pedidos, ainda não fui promovida.

4º Não sou boa de memória, mas sei o restaurante de cor:

Pode não parecer, mas mesmo depois de um ano, eu ainda sei de cor o Outback inteiro. Sei que a 208 é sem dúvida a melhor mesa, que os casais ficam nas teens, que as famílias nas 30, as festas na 45, os mais chatos nas 70 e idosos na 1 e 2 de preferência. Quero dizer que, posso parecer inútil e inofensiva, mas posso te colocar na melhor mesa. Me trate bem. Eu sei para onde você vai. *piscadinha*

5º quando a língua falha, mímica:

Acontecia muito de chegar um cliente que não sabia falar inglês, e como todos aqui presentes sabem, quando a comunicação falha a mímica surge como uma fênix. Eu sei que é mais forte que você, mas não se desespere. Não chegue em mim correndo colocando seus dedos na minha cara apontando quantas pessoas estão com você. Por favor, não tente acertar o meu olho, só diga “hi” e espere, eu estou vendo quantas pessoas tem.

6º Steakhouse vs. Menu vegano:

Se eu te contasse a frequência que isso acontecia, você não acreditaria. Com todo o respeito, eu trabalho em uma steakhouse, como o próprio nome indica steak house (casa de carne), e milhares de vezes chegava alguém e assim que recebi o menu olhava com cara de bravo e pedia o menu vegano. É claro que tinha, e eu não me importava de pegar, mas não fique bravo por não ter tanta variedade, servimos carne.

7º posso não estar mais entre os outbackers:

Posso não estar mais entre os outbackers, mas se você passar por lá, dá um abraço neles por mim. Agora é sério, se você está por acaso na Austrália, em Gold Coast, vá para o Outback do Pacific Fair, além da comida deliciosa, anjos que caíram do céu trabalham lá, confia em mim que vale a pena a experiência. Fala que me conhece que eles te colocam na 208. Leitor, detesto ter que te contar isso, mas o Outback do Pacific Fair é o melhor de todos. Já teve a melhor hostess, agora não sei dizer, mas passa lá, vai que me encontra.

Com todo meu amor, 

Como sempre,

S. Ganeff.

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