Vai. Liga para mim e diz logo que me ama.
Liga para mim e diga com as suas palavras: “nossa… nunca me senti assim…”.
Não quer ligar? Muito cool para isso? Tudo bem… manda mensagem.
Me convida em linhas curtas para sair e me diga, com seu jeito confiantemente tímido, que seus dias de cachorro acabaram. Você não quer me dividir com ninguém.
Diz logo que, você leu cada página que escrevi e… é.
Você se encontrou, né?
Bem ali naquela linha que eu falo do seu cabelo. Eu achei que estava meio óbvio demais, mas foi bem naquelas palavras que você sabia que eu falava sobre você.
Diz que você sabia no fundo do seu coração desapegado, que tinha que me chamar para sair, no segundo que seus olhos pousaram nos meus.
Me conta que apesar da sala estar estática, você estava prestes a cair.
Prestes a cair nos meus braços.
Prestes a cair de joelhos declarando todas as palavras que pulavam para fora do peito.
Prestes a mergulhar nos meus olhos.
Prestes a ficar caidinho por mim, à moda antiga mesmo.
Mas então eu sorri.
O prestes ficou no passado.
Você caiu.
E agora você está com vergonha de assumir que… bom… já era.
Vergonha de dizer cada verbo. Já que tem sim, uma chance de eu não ter caído por você.
Só que no meu caso, amor, caí por você a muito tempo. Cai por você no dia que entrou atrasado na aula de matemática com o cabelo molhado pela chuva com uma única mecha seca. Você sorriu e fez uma piada boba e se sentou na minha frente. Eu fiquei só sentindo seu cheiro e deixando meu coração despencar como a chuva que te atingiu.
Desde então, fiquei só esperando chegar o dia que você cairia por mim e entenderia que,
SIM. EU ESTOU FALANDO DE VOCÊ.
Com todo o meu amor, e queda,
como sempre,
S. Ganeff
s.ganeff 