Só para dar uma variada na rotina, uma mudada no astral, colecionar aventuras.
Vamos sair pela janela, pular o muro, invadir uma festa, entrar de penetra em um casamento, espalhar nosso amor pelas ruas.
Um pouco de loucura não mata ninguém; a gente jura que não foi por mal e solta algumas risadas na delegacia dividindo cela com um batedor de carteira.
Vamos acampar no Ibirapuera, escalar as colunas do MASP, subir no Monumento do Empurra.
Poderíamos aproveitar a vista do obelisco, dançar na Augusta, sair da arquibancada e cair direto na avenida do Samba “o que podemos fazer? O batuque é contagiante”.
Poderíamos ver onde a Dutra acaba, subir na torre mais alta da Nossa Senhora do Brasil, andar descalço na Oscar Freire ou usar gala na Paulista.
Vai me dizer que você não gostaria de ver a vista do Pico do Jaraguá ou explorar a Ilha das Cobras de Chinelo?
Poderíamos estender a bandeira na rampa do Museu da Independência, descobrir onde está a espada de Dom Pedro, tocar o sino da Catedral da Sé, vender espaço na 25 de Março e comprar um fusca no meio da linha quatro amarela.
Poderíamos sair do carro no Zoo Safari, fazer Bungee Jumping em uma das cordas da Ponte Estaiada, andar de caiaque no Rio Tietê.
Perguntar “Quem é Esse Tal de Roque Enrol” na galeria do Rock, marcar o número um no marco zero, rastejar no minhocão.
Poderíamos dar um pouco de amor para essa cidade cinza.
Isso com certeza é ilegal. Sem dúvida vai dar três anos de cadeia, no mínimo.
A vida é curta demais para aceitar um não assim tão fácil.
Além disso, todo mundo sabe que o gostinho da palavra “proibido” carrega toda a graça quando divide saliva com “vou fazer mesmo assim”.
Com todo o meu amor,
como sempre,
S. Ganeff