Eu sei que a primeira impressão que você tem de mim não é a melhor. Sei também que por mensagem eu pareço meio sem graça, mas se você me der uma chance, em um encontro casual posso compensar cada falha mal acabada.
Juro que me esforço para causar uma boa impressão. Prometo trazer umas boas aventuras para a noite e garanto implantar uma borboleta ou duas na sua barriga tanquinho.
Uma mesa de madeira separando a gente já é o suficiente. O convite é simples: só vamos nos olhar nos olhos e falar sem o menor filtro. Podemos comer um hamburgão casual, deixando a maionese pingar na roupa e brigar pelas batatas fritas.
Podemos tomar alguns drinks, ficar com as bochechas vermelhas e deixar as histórias caírem para fora da boca. Fazemos do álcool nosso aliado, e permitimos que ele nos leve como refém.
Ou se você estiver a fim mesmo, podemos ir ao cinema. Sentamos naquelas cadeiras no fundo sem ninguém do nosso lado e assistimos o filme por inteiro, os 30 minutos de propaganda e os 20 de créditos.
Se você não quiser nada disso, posso te acompanhar em uma volta no quarteirão com o seu cachorro. A gente anda em silêncio, você puxa um assunto dizendo que gostou do meu perfume, eu agradeço os ferormônios em segredo. Minha falta coordenação motora age a meu favor, eu tropeço na calçada, você me segura para não cair.
Eu fico suspensa em seus braços, nossos corpos se tocam entrelaçando sonhos espalhando calor. Um arrepio repentino sobe a sua espinha, seu estômago começa a borbulhar, o mundo parece parar. Você vai se aproximando aos poucos, crava os olhos nos meus, se perde em uma questão de segundos. Sua boca formiga, sua língua coça, seus braços me puxam para mais perto do seu peito e…
A gente volta a andar em silêncio.
Ou não.
Se a sua mente já pensou no resto, por que desperdiçar nosso tempo?
O convite é para uma chance.
Então? Bora ver no que dá?
Um “ok” pelo whats já basta por resposta.
Te vejo sexta à noite?
Com todo o meu amor,
como sempre,
S. Ganeff
s.ganeff 