Anuncio, com todas as palavras, segurando um cartaz grande, entregando panfletos no farol e de megafone na rua que: o meu amor está aberto à leilão.
Por desejo de encontrar algo verdadeiro e não correr o risco de perder alguns pretendentes, não vou colocar minha foto. Deixo disponível apenas o preço inicial junto com algumas palavras bem escolhidas.
O que tenho a oferecer? Piadas ruins, mas espirituosas. Devaneios loucos, mas intrigantes o suficiente para te deixar com uma pulga atrás da orelha. Histórias semifictícias feitas de linhas reais, e boas indicações de leitura.
Ofereço uma companhia divertida que topa qualquer passeio com a capota do carro abaixada engolindo algumas moscas no caminho. Um corpo que suporta comidas baratas e drinks caros.
Flex, eu diria.
O que mais você procura? Lealdade? Nunca assistiria o final daquela série sem a sua companhia, esperaria você cantar todas as músicas do ABBA no chuveiro antes de sair, esgotaria todas as palavras do mundo para escrever sobre você e mais importante: Nunca, NUNCA, guardaria feijão no pote de sorvete.
Quer mais lealdade do que isso? Impossível.
Deseja algumas supressas para dar uma variada? Faço um bolo com uma cara maravilhosa, mas duro feito pedra e uma pipoca com cara de murcha, mas é melhor do que de cinema; confesso que uso a sua escova de dente na minha boca de vez em quando e que aquela blusa branca que você tanto gostava virou minha tentativa falha de TieDie.
Ops.
Quer mais amor? Isso, baby, tenho de sobra. E vivo de ditados: “se faltar, a gente faz mais.”.
Quer mais informações? Me lê que vicia. Vou até deixar um link aqui.
Vai que você acaba deixando o leilão de lado e vive só das minhas palavras.
O preço inicial? Baby, o preço inicial é para poucos. O primeiro lance se inicia à quem estiver disposto a oferecer um amor genuinamente verdadeiro e nada redundante.
Com todo o meu amor,
como sempre,
S. Ganeff